sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

ODZ Travel



Olá amygos!

Aqui quem vos fala é o Papel Aluminio Gato Viajante. A pedido do Senhor Lord dos Universo Que Tem o Poder de Editar o Blog e Não Adianta Me Xingar Que Eu Edito De Novo, que está deveras ocupado resolvendo assuntos não resolvidos com o Roberto, vou inaugurar uma nova ala do blorgue, o ODZ Travel.

Ratos adoram viajar, sempre entram clandestinamente em navios em busca de aventura, levando suas pulgas para passear e infectar humanos em novos continentes. Gatos são seus inimigos naturais, e portanto, eram escravizados levados para ir junto nas caravelas, caçando os pobres roedores. Mesmo no futuro, gatos continuarão viajando pois além de caçar ratos, também servem para receber afago de humanos desesperados perseguidos por Aliens em cargueiros espaciais (RIP Nostromo).



 
Esse dia foi loko.
 
 

ENFIM, vamos direto ao punto ponto. Eu, Gato Viajante, adoro viajar e já estive em muitos lugares bacanas. Outros nem tanto, como a Lagoa Santa. E é desse antro que vou lhes falar hoje.

Lagoa Santa é um município minúsculo perdido entre Goiás e o Estado do Mato Grosso do Hal. Digo, do Sul. O lugar é tão bosta que possuía em 2007 apenas 1225 habitantes, sendo 602 homens e 623 mulheres (dado inútil). Ou seja, ninguém quer ir pra esse fim de mundo. Mas de alguma forma, acabei indo parar lá.
 
O imenso brejo na parte inferior da imagem é a Lagoa Santa. As ruas de terra na parte de cima são a cidade também chamada Lagoa Santa (criativo hein?). No canto direito da imagem temos o Rio Aporé, sendo o lado de cá GO, e o lado de lá MS.

 
Acontece que existe uma lenda propagada entre os caipiras da região. As águas quentes seriam milagrosas e curariam os males do corpo e da alma. Essa lenda foi parar em meus ouvidos e resolvi ir checar se era verdade e curaria meus oxiúros (mentira, as fotos do lugar pareciam legais e queria ver se a água era quente mesmo).





Dirigi dez fucking horas para chegar no local.
Chegando lá, a recepção era até agradável, naquele típico casarão goiano. O sistema de reserva deles era meio arcaico (via email) e não conseguiam encontrar a minha. Demorou meia hora para encontrarem, e depois mais meia hora pra arrumarem o quarto. Os quartos eram normais mas faltou água quente no nosso chuveiro 2 vezes. Esse tipo de coisa acontece, it's no big deal. O atrativo lá era a tal lagoa, então fui vê-la com meus próprios olhos.

Na primeira vista devo admitir que o lugar até que surpreendeu. As fotos eram bem realistas e mostravam o lugar como ele realmente era. Parecia que a tal Lagoa Santa era realmente um oásis de paz, tranqüilidade e sossego, em meio a uma terra de música sertaneja incessante. 

Foi só depois de me despir (uy) e entrar na água que os problemas começaram a aparecer.
Primeiro: a água NÃO ERA QUENTE. Cresci freqüentando as fontes termais do Rio Quente, onde a temperatura da água beira os 40º. Quando entrei na lagoa, a água era de fria pra morna. Talvez para os padrões da região, onde o povo toma banho de água gelada de cisterna, aquilo poderia ser chamado de quente, mas para todos efeitos, estava longe de o ser. Me disseram depois que a água tinha dado uma esfriada por conta da chuva. Tá serto.

Segundo: Lodo. Me julguem mas tenho nojinho. Reparem nas imagens que tem uma grande massa verde parecida com grama envolta da lagoa. Aquilo tudo é lodo, que fica boiando e é mantido afastado por redes. É claro que as redes não seguram 100%, então grandes nacos e pelotas de lodo se desprendem e ficam boiando na água. Eu tentava desviar delas ao máximo, tal como o Titanic desviava dos icebergs, mas eventualmente um deles encostava em mim, para meu profundo desgosto. 

Terceiro: Sapos. Também odeio sapos (beesha - by Eric). São seres demoníacos das trevas cujo alimento são outros seres nefastos que se alimentam de morte (moscas). E bem, uma lagoa em qualquer parte do mundo possui sapos e essa não era diferente. De noite a lagoa é dos sapos, e se você não se importar em nadar com eles, vá em frente.

Quarto: Peixes. Miríades de lambaris ficam nadando ao seu redor, esperando um momento de distração para te morderem. Algumas mordidas são leves mas tem uns putos que tascam a dentada com todas as forças. Eu não gosto, mas sei de gente que curte ser comido vivo por peixes.

Quinto: a farofada. Acostumado com resorts requintados onde imperam o respeito e os bons costumes, imaginem minha surpresa quando logo pela manhã, hordas e mais hordas de pessoas começaram a chegar ao local, trazendo caixas de isopor, churrasqueira e o escambau. Em alguns períodos, a lagoa é de acesso exclusivo aos hóspedes, mas em outros é liberada para o povão. Vejam abaixo como fica o local: 





Piscinão de Ramos Goiano - Desafio: encontrem o Hal na foto.




Cardumes de piranhas (beesha - by Eric) também tomam conta do local:





Colocando os prós e contras na balança:

Prós:

 

- O local tem sim, sua beleza natural;
- As refeições eram gostosas;
- No horário exclusivo para hóspedes, o local é tranqüilo e agradável.

Contras:

 

- Fica longe de tudo e de todos;
- Água não é quente;
- Tem lodo;
- Tem sapos;
- Tem peixes te mordendo;
- Tem super lotação de gente;
- A cidade Lagoa Santa não tem porra nenhuma;
- É relativamente caro (R$1400,00 por 2 diárias para 4 pessoas).

Veredito: As fotos são fiéis mas apenas uma observação mais próxima começa a revelar os problemas que as câmeras não captam. Porém, reconheço que a maioria dos pontos negativos levantados são frescuras pessoais minhas.
Se você não tem problema com lodo, sapo, peixe e gente em excesso, tenho certeza que vai conseguir aproveitar bastante o lugar. Para a população da região, não tem nada melhor que aquilo ali, é um paraíso. Mas ainda assim não recomendo ir à Lagoa Santa, é um local relativamente remoto, com baixo custo-benefício.

Então é isso pessoal, de vez em quando eu estarei aqui no ODZ, trazendo mais destinos incríveis (ou não) para vosso deleite. Até a próxima!

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