VIVENDO MORTO
E se desse pra conversar com gente morta?
Existem inúmeras maneiras de eternizar entes queridos ou devedores de quatorze meses de aluguel para a posteridade, mas recentemente bolaram um jeito mais funcional de Tábua Ouija: não é enredo de filme decepcionante com o Bruce Willis, é eternizar as pessoas como um chat.
I eat dead people |
Uma patente marota da TioBillsoft™ apresenta a proposta que parece ter saído de um episódio do Black Mirror. Mas até aí a patente se limita em usar as redes sociais do presunto, sem envolver informações que a pessoa não gostaria de divulgar enquanto viva - menos ainda morta - como preferências sexuais levianas ou posicionamento político extremo.
De acordo com a inventora e assassina do Windows Phone, não apenas textos seriam usados pra recriar o defunto, mas também vídeos e áudio e imagens fariam parte do alimento para este tipo de zumbi social - além de sugestões de amigos e familiares.
Há a possibilidade também de uma recriação em 2D ou 3D do cadáver - baseado nas fotos das redes, não do legista - pra assim aumentar a imersão tétrica das pessoas que não se conformam em seguir o rumo natural da vida.
Representação 3D de um GOT que foi dessa pra uma melhor |
Agora é que o bicho pega: apesar da pessoa estar em estado de total inexistência física real, há a ética envolvida no assunto - como a privacidade do morto e da família - pois na maior parte do mundo os dados de falecidos não possuem nenhuma proteção, abrindo precedente para qualquer pessoas recriar virtualmente alguém que bateu as botas e isso não ser ilegal. Mesmo que o intuito seja bom.
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